chegou a hora...sem adeus de saudade mas também sem ressentimento.
é apenas o momento da viajem no cruzar do espaço sideral, velocidade estonteante, mergulho num buraco negro preenchido de luz incompreensível para carcereiros.
durante uma perpétua equação terrena, suportou tormentos pessoais, reflexos próprios do desmaio, eterno alvo, às riscas brancas e negras, azul, laranja, verde, civil.
todas as memórias, guardadas involuntariamente na algibeira da retina da carne marcada.
refugiou-se no aconchego da abstracidade, própria da criatividade dos livres.
mesmo nesse cubículo solitário, a imaginação venceu a opulência das grades e fez com que se mantivesse são e homem.
ele, manufacturado em cordão umbilical, produto de um mundo intolerável e intolerante, mundo que já não conseguia suportar de tão mundo que se tornou, excessivamente mundo, ou apenas, talvez, cada vez mais mundo.
acordou, carcaça (in)desperta, (in)cambaleante. o corpo em erupção, suspirava e cuspia a última lava de sangue, mas que importa se o resto do caminho estafeta, é agora o escape relâmpago da alma. está agora liberto, livre, viajando sem corpo mas também sem correntes nem prisões. o estranho...é que nem sequer saudade teve deste mundo.
À Amnistia Internacional e todas outras entidades similares, pela persistência na protecção contra a violação dos direitos humanos
A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.
. Psiu
. Por amor
. Ausência
. O Rosto da Chuva já tem l...